O projeto de pesquisa “Neuromarketing aplicado nos estudos de Branding e de Consumoâ€, desenvolvido pela professora LetÃcia Salem Herrmann Lima, coordenadora do curso de Comunicação Institucional, localizado no Setor de Educação Profissional e Tecnológica (SEPT) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), estabeleceu uma parceria com o Grupo Boticário.
Confira a notÃcia na Ãntegra acessando: Projeto de pesquisa e Grupo Boticário firmam parceria institucional – Universidade Federal do Paraná (ufpr.br)
Quando penso em “doença†sempre me ocorre outra ideia, a de “desequilÃbrioâ€. Todas as vezes que fiquei doente, quando encarei tantas gripezinhas, sempre tive consciência de que meu corpo adoeceu para impor um “toque de recolherâ€. As dores corporais eram o convite a um descanso forçado. Um sono além do normal era um “para tudoâ€, necessário para o corpo voltar ao equilÃbrio. Em todas as vezes, também pensei: “eu poderia ter descansado na boa, me alimentado bem, buscado o equilÃbrio sem precisar que passar pela doençaâ€.
EquilÃbrio é tudo, e é pelo que a natureza inventou o imaginário. Sim, por mais que cientistas sociais evitem tocar nos “biologismos†da cultura, o imaginário não é apenas um produto dos antropólogos. Imagine um animal que desenvolve a consciência da morte, em uma natureza que impõe um adoecimento constante, de seu corpo e de sua psique. A função biológica do imaginário é promover o equilÃbrio psÃquico humano, porque viver na realidade – ter uma existência apenas literal –, seria por demais doloroso.
No campo das ciências, quanto mais o mundo avança, mais necessárias são a poesia, as emoções, os sentimentos, as espiritualidades e os mitos. No livro “O Paradigma Perdido†de Edgar Morin, o ser humano não é mais compreendido somente pela cultura, ou só pela natureza – mas, como o ser complexo que é. O mundo das ciências parece ainda fechado, cada um em seu quadrado, em três grandes campos: homem e cultura / vida e natureza / fÃsica e quÃmica. Depois que comecei a estudar com mais atenção a neurociência do consumo, percebi o quanto uma abertura ao outro não faz sentido. Todos os avanços culturais não seriam possÃveis sem um corpo, com um sistema nervoso aprimorado pela natureza. As artes, a literatura, a poesia, a música e a dança – o prazer estético, enfim – não seriam possÃveis sem processos sinápticos, hormonais, etc.
Talvez a neurociência possa ser uma cura – reconheço a minha opinião como sendo a de um pesquisador encantado com a sua área, ok? –, pela promoção da completude holÃstica, perdida pelas especializações cientÃficas que insistem em estudar o ser humano suas partes, sem entender o conjunto da obra.
Veja também em: https://revistadebamba.com.br/a-cura-da-neurociencia/
Autor: Hertz Wendell é cientista e consultor nas áreas de Neuromitologia de Marca, Storytelling e Antropologia do Consumo.